U n i d a d e
“...e
haverá um só rebanho um só pastor
Jesus”
Por essas
palavras, Jesus claramente anuncia
que os homens um dia se unirão através
de uma crença única. Difícil parecerá isso, tendo em vista que todos querem
a unidade, mas cada uma em seu proveito, e nenhuma admite a possibilidade de
fazer qualquer concessão.
Entretanto, a unidade se fará em religião, como já
tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pelas quedas das
barreiras que separam os povos.
Os povos do mundo inteiro já se confraternizam;
presente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das
coisas, porque há de tornar-se uma necessidade, para que estreitem-se os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á
pelo desenvolvimento da razão; apta a compreender a puerilidade de todas as
dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar os erros sobre que tais
dissidências assentam. A ciência, afastando os acessórios, prepara as vias para
a unidade.
A
fim de chegar-se a ela, as religiões
terão que encontrar-se em terreno neutro. Para isso, todos terão que fazer
concessões e sacrifícios, mais ou menos importantes, conforme seus dogmas.
O
princípio da imutabilidade que as religiões tem sempre considerado uma égide
conservadora, torna-se elemento de destruição, dado que imobilizando-se, enquanto
a sociedade caminha para frente, seus cultos serão ultrapassados, e absorvidos
pelas ideias de progresso.
A religião que terá de congregar um dia,
todos os homens sob um mesmo estandarte, será a que melhor satisfizer a razão e
às legitimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum
ponto desmentida pela ciência ; que, em
vez de se imobilizar, acompanhe a humanidade em sua marcha progressiva, sem
nunca deixar que a ultrapassem; que não for exclusivista, nem intolerante.
Quando as religiões houverem se convencido
que só existe um Deus no Universo, uma única vontade suprema, estender-se-ão as
mãos umas às outras, como servidores de um mesmo senhor e filhos de um mesmo
Pai, e, assim, terão dado grande passo para a unidade.
Dia
virá, que todas essas crenças, tão diversas na forma, mas que repousam num
princípio fundamental, se fundirão numa grande e vasta unidade, logo que a
razão triunfe dos preconceitos.
Allan
Kardec, A Gênese
Nota: Kardec em
1868, a quase dois séculos passados, já antecipava, em sua visão universalista
a necessidade da Unidade das religiões.
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