MEDIUNIDADE
A MEDIUNIDADE também chamada de MEDIUNISMO.é o nome atribuido a capacidade humana que permite de alguma forma a comunicação entre os seres humanos e o mundo espiritual.
Ela se manifestaria independente de religiões, de forma mais ou menos intensa em todos os indivíduos, COM TODAS AS SUAS DEFICIÊNCIAS E GRANDEZAS, ACERTOS E DESACERTOS, são qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas. Como instrumentação da vida, surge em toda a parte: nos adeptos das religiões durante os ritualismos templários; nos rituais da Umbanda e Candoblés; nas sessões dos tatwas esotéricos entre outros.
Em todos os lugares, damos e recebemos energias, filtrando os recursos que nos cercam e moldando-lhes a manifestação, segundo as nossas possibilidades.
Todos os homens em suas atividades, profissões e associações são instrumentos das forças a que se devotam, atraindo os elementos invisíveis que os rodeiam, conforme a natureza dos sentimentos e idéias de que se nutrem.O homem e a mulher, abraçando o matrimônio por escola de amor e trabalho, honrando o vínculo dos compromissos que assumem perante a harmonia universal, nele se transformam em médiuns da própria vida, responsabilizando-se pela materialização, a longo prazo, dos amigos e dos adversários de ontem, convertidos no santuário doméstico em filhos e irmãos. Além do lar, será difícil identificar uma região onde a mediunidade seja mais espontânea e mais pura.
Fácil observar-se que a mediunidade, embora una em sua essência (faculdade que permite ao homem encarnado entrar em relação com os espíritos), não o é quanto a sua natureza, ou razão de ser; variando de indivíduo para indivíduo.
Assim, destacamos:
a)Mediunidade própria ou natural
Edgard Armond a define: "À medida que evolui e se moraliza, o indivíduo adquire faculdade psíquica e aumenta conseqüentemente sua percepção espiritual. A isso denominamos mediunidade natural.”
b)Mediunidade de prova ou trabalho
Faculdade oferecida ao indivíduo, em caráter precário, como uma tarefa a desenvolver, quando encarnado, com vistas à sua melhoria espiritual e a de seus semelhantes.
Preparado de antemão no plano espiritual, o médium, ao reencarnar tem, no exercício mediúnico, abençoada oportunidade de trabalho.
c)Mediunidade de expiação
Há determinadas pessoas compromissadas grandemente em virtude do mau uso de seu livre-arbítrio anterior (em passadas existências), a sensibilidade psíquica aguçada é imposta ao médium como oportunidade para ressarcimento de seus atos menos felizes do pretérito com vistas à sua libertação futura.
Esta mediunidade se manifesta à revelia da criatura e comumente lhe causa sofrimentos aos quais não se pode furtar.
A sua forma de manifestação mais comum é a obsessão que pode atingir até o estagio de subjugação.
d)Médiuns missionários
Convém lembrar que, além dos aspectos acima referidos, excepcionalmente podemos encontrar médiuns que são verdadeiramente missionários do plano espiritual, entre os homens, os quais, pelos seus elevados dotes morais e espirituais, se tornam, a título de testemunho, em instrumentos da vontade Divina, em favor da humanidade.
Mecanismos das Comunicações
1 - Introdução
“A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos
“Em mediunidade não podemos olvidar o problema da sintonia”. “No socorro espiritual, os benfeitores e amigos das esferas superiores, tanto quanto os companheiros encarnados, quais o diretor da reunião e seus assessores que manejam o verbo educativo, funcionam lembrando autoridades competentes no trabalho curativo, mas o médium é o enfermo convidado a controlar o doente, quanto lhe seja possível, impedindo, a este último, manifestações tumultuárias e palavras obscenas”.
2 - Processo mental
Para que um Espírito se comunique é mister se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada.
Esse mecanismo das comunicações espíritas, mecanismo básico que se desdobra, todavia, em nuanças infinitas, de acordo com o tipo de mediunidade, estado psíquico dos agentes - ativo e passivo - valores espirituais, etc.
Sintonizando o comunicante com o medianeiro, o pensamento do primeiro se exterioriza através do campo físico do segundo, em forma de mensagem grafada ou audível.
Na incorporação (psicofonia), o médium cede o corpo ao comunicante, mas, de acordo com os seus próprios recursos, pode comandar a comunicação, fiscalizando os pensamentos, disciplinando os gestos e controlando o vocabulário do Espírito.
O pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando disso a propriedade que tem o medianeiro, em tese, de fazer ou não fazer o que entidade pretende.(ref. 2 - Cap. IX e X Livro dos Mediuns).
Sintonia significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia, compreensão, ressonância ou equivalência.
Sintonia é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando naturalmente, a base de vibrações.
Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas, havendo, entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente.
Estarão respirando na mesma faixa, intimamente associadas:
Sintonia,
Ressonância,
Vibrações
compensadas |
Sábios
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Ideais superiores, Assuntos transcendentes
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Ciência, filosofia, religião, etc.
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Índios
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Objetivos vulgares, Assuntos triviais
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Caça, lutas, pesca, presentes, etc.
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Árvores
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maior vitalidade melhor produção
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Permuta dos princípios germinativos, quando colocadas entre companheiras da mesma espécie
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Quanto mais evoluído o ser, mais acelerado o estado vibratório.
Assim sendo, em face das constantes modificações vibratórias verificar-se-á sempre, em todos os comunicados, o imperativo da redução ou do aumento das vibrações para que eles se dêem com maior fidelidade.
Se esta lei de afinidade comanda inteiramente os fenômenos psíquicos, não há dificuldade em compreendermos porque as entidades luminosas ou iluminadas são compelidas a reduzir o seu tom vibratório a fim de, tornando mais densos os seus perispíritos, serem observadas pelos Espíritos menos evolvidos.Do mesmo modo, graduam o pensamento e densificam o perispírito, quando desejam transmitir as comunicações, inspirar os dirigentes de trabalhos mediúnicos ou os pregadores e expositores do Evangelho e da Doutrina.
André Luiz em “Nos Domínios Da Mediunidade” (cap V) descreve:
"Nesse instante, o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo que comandava a assembléia, mostrando-se-nos mais humanizado, quase obscuro”.
O benfeitor espiritual, que ora nos dirige - acentuou nosso instrutor - afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo a posição de Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante.”
Léon Denis afirma:
“... o Espírito, libertado pela morte, se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium”.
Conclui-se, das palavras do filósofo francês, que os Espíritos dispõem de recursos para reduzir ou elevar o tom vibratório, da seguinte forma;
a)Para reduzir o seu próprio padrão vibratório, o Espírito superior impregna-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente.
b)Para elevar o tom vibratório do médium, o Espírito encontra na própria concentração ou transe, daquele, os meios de ativar as vibrações.
Comumente o médium se deixa sugestionar pelos Espíritos rebeldes ou menos esclarecidos e sob a sua influência, extravasam no campo físico, suas impressões de desequilíbrio de que o comunicante se faz portador.
Isto se verifica quase sempre com o médium que ignora a sua responsabilidade na manifestação mediúnica, quando não o faz julgando que a “encenação” provocada pelo irmão sofredor é indício de autenticidade da “incorporação” do Espírito.
Qualquer que seja o motivo que leva o médium a permitir este excesso, sem qualquer controle de sua parte, denota que ele, embora detentor de faculdades psíquicas, ainda não se compenetrou de suas responsabilidades e não se dedica ao estudo doutrinário e aperfeiçoamento evangélico, indispensável ao melhor desempenho de sua tarefa.
Quanto à conduta do médium, André Luiz nos recomenda:
“Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimento de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos”.
“O medianeiro será sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz portador.”(Ref. 4, Cap IV)
Conscientes de que o pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro do médium, passa pelo seu cérebro perispirítico, fácil compreender que o médium pode e deve “policiar” as sugestões do comunicante, permitindo que seja externado apenas o necessário para o esclarecimento e orientação do Espírito, por parte do dirigente da reunião.
É compreensível que o Espírito em desequilíbrio, sugira ao médium: gritos, contorções, batimentos de mãos e pés ou outros gestos violentos, no entanto, cabe ao medianeiro, opor a estas sugestões, atitudes moderadas e equilibradas, as quais, coibindo a violência do comunicante, funcionam à guisa de alerta para o próprio Espírito, facilitando assim o esforço para sua orientação.
Por isso, em uma mesma reunião, com um mesmo Espírito se comunicando através de dois médiuns distintos, pode se verificar o seguinte:
Encontra-se no primeiro médium um instrumento afim com o seu estado íntimo, não só dará expansão as suas atitudes menos edificantes quanto, dificilmente assimilará os recursos esclarecedores que o dirigente busque lhe endereçar.Se, ao contrário, aproxima-se de um médium espiritualizado, à sua simples aproximação, já é auxiliado, pois este irradia, naturalmente, vibrações de paz e harmonia com que o envolve beneficamente.A tarefa do dirigente, nesse caso, é grandemente facilitada pela condição íntima do médium.
Lembremos mais uma vez André Luiz:
“Ainda mesmo um médium absolutamente sonâmbulo, incapaz de guardar lembranças posteriores ao socorro efetuado, semidesligado de seus implementos físicos, dispõe de recursos para governar os sentidos corpóreos de que o Espírito comunicante se utiliza, capacitando-se, por isso, com o auxílio dos instrutores espirituais, a controlar devidamente as manifestações.
Não se diga que isso é impossível. Desobsessão é obra de reequilíbrio, refazimento, nunca de agitação e teatralidade.
Nesse sentido, vale recordar que há médium de incorporação normal, e médium ainda obsidiado.E, sempre que o médium, dessa ou daquela espécie, se mostre obsidiado, necessita de socorro espiritual, através de esclarecimento, emparelhando-se com as entidades perturbadas carecentes de auxílio.
Realmente, em casos determinados, o medianeiro da psicofonia não pode governar todos os impulsos destrambelhados da inteligência desencarnada que se comunica na reunião, como nem sempre o enfermeiro logra impedir todas as extravagâncias da pessoa acamada; contudo, mesmo nessas ocasiões especiais, o médium integrado em suas responsabilidades dispõe de recursos para cooperar no socorro espiritual em andamento, reduzindo as inconveniências ao mínimo.” (Ref. 3, Cap 43)
Encerramos com Martins Peralva, concitando-nos à auto-evangelização:
“Os médiuns, portanto, que desejam, sinceramente, enriquecer o coração com tesouros da fé, a fim de ampliarem os recursos de servir ao Mestre na seara do bem, não podem nem devem perder de vista o fator auto-aperfeiçoamento”.
Não podem, de forma alguma, deixar de nutrir-se com o alimento evangélico, tornando-se humildes e bons, devotados e convictos, a fim de que os modestos encargos mediúnicos de hoje sejam, amanhã, transformados em sublimes e redentoras tarefas, sob o augusto patrocínio do Divino Mestre, que nos afirmou ser o “Pão da Vida” e a “Luz do Mundo”.
Abnegação por perseverança, no trabalho mediúnico, mantém o servidor em condições de sintonizar, de modo permanente, com Espíritos Superiores, permutando, assim, com as forças do bem as divinas vibrações do amor e da sabedoria.
Estabelecida, pois, esta comunhão do medianeiro com os prepostos do senhor, a prática mediúnica se constituirá, com reais benefícios para o médium e o agrupamento onde serve, legítima sementeira de fraternidade e socorro. (Ref. 2, Cap. IV do Livro dos Mediuns)
Classificação Mediúnica
(Segundo a aptidão do médium)
Mediunidade em que se observam os fenômenos objetivos e, por isso, perceptíveis pelos sentidos físicos.
Os médiuns de efeitos físicos, segundo Kardec, podem ser:
a)Facultativo - O que tem consciência da sua mediunidade e se presta à produção dos fenômenos por ato de sua própria vontade;
b)Involuntário ou natural - Nenhuma consciência tem dessas faculdades psíquicas, servindo muitas vezes, de instrumento dos fenômenos, a seu mau grado. (Ref. 1, Cap. XIV).
O médium de efeitos físicos, durante a produção dos fenômenos, pode permanecer em estado de transe, ou completamente desperto.
Os fenômenos de efeitos físicos mais comuns são:
a)Levitação
Quando pessoas ou objetos são erguidos no ar, sem interferência de recursos materiais objetivos.
b)Transporte
Quando objetos são levantados e deslocados de uma parte para outra, dentro do mesmo local ou trazidos de locais distantes.
c)Tiptologia
Comunicação dos Espíritos - valendo-se do alfabeto ou qualquer outro sinal convencionado - por meio de movimento de objetos ou através de pancadas.
O Espírito responderá às perguntas formuladas, valendo-se de um código estabelecido anteriormente.
Por exemplo:
Uma pancada significa sim; duas pancadas, não.
Uma pancada corresponde a letra A; duas pancadas correspondem à letra B, etc.;
As letras do alfabeto são dispostas sobre uma mesa e os Espíritos conduzem um determinado objeto que, percorrendo as várias letras, forma palavras e frases inteiras.
A tiptologia, portanto, pode ser obtida de maneira muito variada, a critério dos responsáveis pela experiência.
É muita conhecida, nesse caso, a experiência com o copo.
d)Materialização
Manifestação dos Espíritos, através da criação de formas ou efeitos físicos.A materialização se desdobra em nuances variadas - sinais luminosos ligeiros ou intensos, ruídos, odores e a materialização propriamente dita, desde apenas determinadas partes do corpo até a completa materialização da entidade espiritual que se comunica.
Para a materialização, os Espíritos manipulam e conjugam três elementos essenciais:
Fluidos inerentes à Espiritualidade;
Fluidos inerentes ao médium e demais participantes da reunião;
Fluidos retirados da natureza, especialmente da água e das plantas.
e)Voz direta ou Pneumatofonia
Comunicação oral do Espírito, diretamente, através de um aparelho vocal fluídico, manipulado pela espiritualidade.Nesse caso, os presentes registram apenas a voz dos Espíritos.
f)Escrita direta ou Pneumatografia
Comunicação dos Espíritos, através da escrita direta, isto é, sem concurso físico do médium.
A mensagem é grafada pelos Espíritos e, para tanto, nem o próprio lápis é indispensável.
g)Desdobramento (bicorporeidade)
Exteriorização do perispírito do médium que, afastado do corpo carnal - ao qual se liga pelo cordão fluídico - se manifesta materializado em local próximo ou distante.
O desdobramento pode assumir outras características, as quais, necessariamente, não se enquadram na categoria de efeitos físicos.
Por exemplo: O Espírito do médium, afastado do corpo, pode se fazer notar em outro local, através da vidência de um segundo médium.(Ref. 3, Cap. XII.)
São aqueles cuja mediunidade se manifesta através de uma sensação física experimentada pelo médium, à aproximação do espírito.Assim, o médium impressionável, ainda que não ouça ou veja um Espírito, sente a sua presença pelas reações em seu organismo.
Do teor dessas reações, pode o médium deduzir a condição do Espírito:Rebelde, perseguidor, evoluído, dócil, etc.
Com o exercício, o médium chega a identificar, individualmente, os Espíritos, à sua simples aproximação.(Ref. 1, Cap. XIV Livro dos Mediuns)
O médium audiente ouve vozes proferidas pelos Espíritos ou sons por eles produzidos, bem como, sons da própria natureza, que escapam à percepção da audição normal.
Por ser fenômeno de natureza psíquica, é fácil compreender-se que a audição se verifica no órgão perispirítico do médium, por isso, independe de sua audição física. (Ref. 3, Cap IX)
Faculdade mediante a qual o médium percebe, pela visão hiperfísica, os Espíritos desencarnados ou não, bem como situações ou paisagens do plano espiritual.Pode-se classificar em:
a)Vidência ambiente ou local
Quando o médium percebe o ambiente espiritual em que se encontra, registrando fatos que ali mesmo se desdobram ou então, quadros, sinais e símbolos projetados mentalmente por Espíritos com os quais esteja em sintonia.
b)Vidência no espaço
O médium vê cenas, sinais ou símbolos em pontos distantes do local em que se encontra.
c)Vidência no tempo
O médium vê cenas, representando fatos a ocorrer (visão profética) ou fatos passados em outros tempos (visão rememorativa).
d)Psicometria
Forma especial de vidência que se caracteriza pelo desenvolvimento, no campo mediúnico, de uma série de visões de coisas passadas, desde que, posto em presença do médium um objeto qualquer ligado àquelas cenas.Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados de influências pessoais dos seus possuidores ou dos locais onde se encontravam.
Os médiuns falantes ou psicofônicos transmitem, pela palavra falada, a comunicação do Espírito.
É uma das formas de mediunidade mais comuns no intercâmbio mediúnico e é freqüentemente denominada de “incorporação”.
O médium psicofônico pode ser:
a)Consciente
O Espírito comunicante transmite telepaticamente, às vezes de grandes distâncias, as suas idéias ao médium, que as retrata aos encarnados com as suas próprias expressões.
b)Semiconsciente
Estabelecida a sintonia, ou equilíbrio vibratório, o Espírito comunicante, através do perispírito do médium, entra em contato com este, passando a atuar sobre o campo da fala e outros centros motores do médium.
Não há afastamento acentuado do Espírito do médium e este não perde a consciência ou conhecimento do que se passa.
Sujeita-se, espontaneamente, à influência do Espírito comunicante, mas o controla devidamente, podendo reagir a qualquer momento a essa influência, pela própria vontade.
O Espírito, apesar de não ter domínio completo sobre o médium, pode expressar com mais fidelidade as suas idéias, do que no caso anterior.
Na psicofonia semiconsciente, o comunicante é a ação, mas o médium personifica a vontade. (Ref. 3, Cap. XI Livro dos Mediuns)
c)Inconsciente
Também denominada psicofonia sonambúlica, se processa com o afastamento do Espírito do médium de seu corpo.
O comunicante utiliza-se mais livremente dos implementos físicos do medianeiro, pelo que a sua comunicação é mais fiel e isenta de “interpretações” por parte do médium.É comum, nesse caso, observada a afinidade, o Espírito retratar também, com maior ou menor nitidez, o tom de voz, as maneiras e até mesmo o seu aspecto físico característico.
Se o comunicante é um Espírito de inteira confiança do médium, este se afasta, tranqüilamente, cedendo-lhe o campo somático, como que entrega um instrumento valioso às mãos de um artista emérito que o valoriza.
Quando, no entanto, o irmão que se manifesta se entrega à rebeldia ou perversidade, o médium, embora afastado do corpo, age na condição de um enfermeiro vigilante que cuida do doente necessitado.Esse controle é pacífico, porque a mente superior subordina as que lhe situam à retaguarda nos domínios do Espírito.
Quando se trata de uma entidade intelectualmente superior ao médium, porém, degenerada ou perversa, a fiscalização corre por conta dos mentores espirituais do trabalho mediúnico.
Se a psicofonia inconsciente ou sonambúlica se manifesta em um médium desequilibrado - sem méritos morais - ou irresponsável, pode conduzi-lo à subjugação (possessão), sempre nociva e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que renderam às forças vampirizantes.
No sonambulismo vemos duas ordens de fenômenos:
a)O sonâmbulo, propriamente dito, que age sob a influência de seu próprio Espírito.
É a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos.
Suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal;; seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma.
b)O médium sonambúlico, ao contrário, é um instrumento passivo e o que diz não vem de si mesmo.
Enquanto o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, o médium exprime o de outrem; confabula com os Espíritos e nos transmite os seus pensamentos. (Ref. 1, Cap. XIV Livro dos Mediuns.)
Médium sonambúlico, portanto, é aquele que, em estado de transe, se desprende do corpo e, nessa condição de “liberdade”, nos descreve o que vê, o que sente e ouve no plano Espiritual.
Esta mediunidade é denominada por André Luiz como DESDOBRAMENTO e assim é também classificada por diversos autores. (Ref. 2, Cap. XI.)
A mediunidade de cura é a capacidade que certos médiuns possuem de provocar reações reparadoras de tecidos e órgãos de corpo humano, inclusive os oriundos de influenciação Espiritual.
Nesse campo é muito difundida a prática de “passes” individuais ou coletivos, existindo dois tipos, assim discriminados:
a) Passe ministrado com os recursos magnéticos do próprio médium;
b) Passe ministrado com recursos magnéticos hauridos, no momento, do Plano Espiritual.
No primeiro caso, o médium transmite ao doente suas próprias energias fluídicas, operando assim, um simples trabalho de magnetização.No segundo, com a presença do médium servindo de polarizador, um Espírito desencarnado faz sobre o doente a aplicação, canalizando para ele os fluidos reparadores. (Ref. 3, Caps. XII e XX).
Efeitos físicos - Também no campo de Efeitos Físicos, comumente, encontramos médiuns que se dedicam às curas, realizando alguns, inclusive, operações de natureza extrafísica, em doentes tidos como incuráveis, cujos resultados benéficos são imediatos, contrariando, desse modo, todo o prognóstico da ciência terrena.
Faculdade mediúnica, através da qual os Espíritos se comunicam pela escrita manual.
Os médiuns psicógrafos se classificam em:
a)Médium mecânico
Quando o Espírito atua sobre os centro motores do médium, impulsionando diretamente a sua mão.Esta se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer.
Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência de que escreve.
b)Médium intuitivo
O Espírito não atua sobre a mão para fazê-la escrever; atua sobre o Espírito do médium que, percebendo seu pensamento, transcreve-o no papel.
Nessa circunstância, não há inteira passividade; o médium recebe o pensamento do Espírito e o transmite.Tendo, portanto, consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.
A idéia nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e essa pode estar mesmo fora dos limites dos conhecimentos e da capacidade do médium.
Enquanto o papel do médium mecânico é o de uma máquina o médium intuitivo age como um intérprete.Para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, para traduzi-lo fielmente.
c)Médium semimecânico
No médium mecânico o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo esse movimento é voluntário.O médium semimecânico participa dos dois gêneros:Sente que à sua mão é dada uma impulsão, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.
Assim, no médium mecânico, o pensamento vem depois do ato da escrita; no intuitivo o pensamento precede a escrita e no semimecânico o pensamento acompanha a escrita. (Ref. 1, Cap. XV.)
Médiuns que, no estado de transe, possuem a capacidade de se exprimirem em línguas estranhas às suas próprias, embora no estado normal não conheçam estas línguas.
Essa mediunidade é denominada XENOGLOSSIA e tem causa no recolhimento de valores intelectuais do passado, os quais repousam na subconsciência do médium.Só pode ser o médium poliglota aquele que já conheceu, noutros tempos, o idioma pelo qual se expressa durante o transe. (Ref. 4, Cap. XXXVIII. Livro dos Mediuns)
Os médiuns de pressentimentos ou proféticos são pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão ou, permitindo-o a Espiritualidade, têm a revelação de coisas futuras de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para sua instrução.
As profecias se circunscrevem às linhas mestras da evolução humana, pelo que é fácil de ser entendida por nós o seu mecanismo, pois, quem já percorreu o caminho, pode retornar atrás e alertar aos da retaguarda sobre seus percalços.
No que diz respeito ao campo individual, pode um Espírito falar a respeito de determinadas provas programadas pela própria pessoa antes da reencarnação.
Seja, no entanto, no plano geral ou no plano individual, as profecias são sempre relativas, já que, detendo a criatura o “livre-arbítrio” poderá em qualquer época, consoante a sua vontade, modificar as circunstâncias de sua vida, imprimindo-lhe novos rumos e, portanto, alterar os prognósticos que naturalmente se cumpririam se não fosse a sua deliberação.
Faculdade que permite ao homem receber, no seu íntimo, as inspirações e sugestões da Espiritualidade.
Desenvolve-se por não ter caráter fenomênico, à medida que a criatura se espiritualiza.
Para a intuição pura, portanto, todos nós caminhamos, constituindo a sua conquista um patrimônio da criatura espiritualizada.
- o Ψ o -